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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Cornélio Pires, Serrinha e Ana Rosa

Nesse domingo, voltando de uma viagem a São Paulo, resolvi passar por Tietê e visitar o Museu Cornélio Pires. Para minha surpresa, o museu foi transferido do Centro para o Parque Ecológico da Cidade e não encontrei ninguém que me ensinasse o caminho correto. Dentro da cidade existem alguma referência ao Museu mas que não leva a nada. Nem mesmo um ex-vereador da Cidade soube me dar informações correta sobre o paradeiro do Museu do Cornélio. Disse-me, apenas: “Acho que fica no Parque Ecológico, na saída para Piracicaba”.

Achei a saída para Piracicaba, mas nenhuma indicação do tal Parque Ecológico e do Museu do Cornélio Pires. Percebendo que pouquíssimas pessoas já tinham ouvido falar em Cornélio Pires - no Museu, então… – resolvi mudar de estratégia e passei a procurar pelo tal Parque Ecológico e nenhuma informação correta. Cobrado pela neta Laura de 7 anos, com reforço da minha mulher Bete,  que me acompanhavam, fomos procurar almoço. No primeiro restaurante que entramos, antes de sentarmos para almoçar resolvi perguntar a dona do restaurante sobre o Museu e o Parque Ecológico: “Ouvi dizer que existe sim aqui em Tietê, mas não sei onde fica”. Irado, sem entender como que alguém proprietário de um restaurante não conhece os principais pontos turísticos de sua cidade, fomos embora; deixaram de vender três refeições. Rumei novamente para a saída de Piracicaba.

No caminho, outro restaurante. Intimado pela neta e a mulher, então parei e - utilizando mais uma vez do mais primitivo dos GPSs (perguntar) - perguntei ao Gerente do Restaurante pelo Museu Cornélio Pires e o Parque Ecológico. “O Museu Cornélio Pires fica no Parque Ecológico, cujo caminho é a primeira saída à esquerda, uma estradinha de terra, no final desta rua”. Se dissesse que não sabia…. Mas a informação foi convincente; resolvi almoçar, para o alívio da neta e da mulher. Almoçamos, seguimos em frente, entramos na tal estradinha de terra e logo na primeira encruzilhada lá estava a primeira indicação do Museu Cornélio Pires. Conélio Pires 12No início da estradinha que leva ao Museu de Cornélio Pires, apenas está placa “Pátio de Recolhimento de Veículo”

Enfim, chegamos ao Museu do Cornélio Pires, fechado, solitário, sem ninguém para me atender. Ao lado do Museu um casal na varanda de uma casinha que não deu a mínima para a gente; ignoraram nossa chegada. Fiz algumas fotos, já sem paciência para pedir qualquer informação, estava pronto para ir embora quando minha mulher resolveu perguntar ao casal quem era o responsável pelo Museu para atender os visitantes, quando o rapaz respondeu que o responsável era seu sogro mas que não estava em casa, mas que ele poderia abrir o Museu para a gente visitar. Então abriu, entramos, fiz mais alguma fotos, que não ficaram boas pois minha maquininha não é profissional, eu muito menos. Mesmo abrindo todas as janelas, não é possível ler todas as identificações dos objetos, acho que deveria ser mais bem iluminado; trata-se de um museu, não um velório.

Na saída, visitamos também a sepultura de Cornélio Pires no Cemitério da Cidade. No caminho de volta a Bauru, visitamos a Capelinha de Ana Rosa e o Terevo Antenor Serra “Serrinha” na Cidade de Botucatu. Veja fotos abaixo.

Também, em agradecimento ao ao Gerente do Restaurante Cancian, que nos deu pistas concretas do caminho do Museu e do Parque Ecológico, postagem abaixo um Cartãozinho do Restaurante Cancian. Em tempo: paguei pelo almoço e o pessoalo do restaurante nem sabe de nada.

Tião Camargo.

Estátua de Cornélio Pires na entrada do Parque Ecológico

Conélio Pires 04 Tião e a neta Laura

Conélio Pires 05 Fachada do Meseu

Conélio Pires 06

Capacete usado por Cornélio na Revolução de 1932

Conélio Pires 08

Conélio Pires 07Fogão capira na cozinha do Museu

  Viola de 1913, utilizada no Primeiro Encontro do Divino organizado por Cornélio Pires. Devido a escuridão, o local onde está guardada a viola e má qualidade da máquina e do fotográfo, a foto saiu assim.

Conélio Pires 13 Sepultura de Cornélio Pires

Conélio Pires 15

Ana Rosa 01Capelinha de Ana Rosa no Bairro Lavapés em Botucatu

Ana Rosa 02   Ana Rosa 04

Serrinha 01 Foto da placa do Trevo Antenor Serra “Serrinha” na cidade de Botucatu. Perimeiro trevo de acesso à Cidade, sentido Interior – Capital.

CancianRestaurante Cancian. Na próxima, quem sabe, livro o almoço; é ou não é! RS…

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Raul Torres e a A história da 'Mula Preta' cantada pelo compositor Raul Torres

O personagem de hoje da série Música Caipira é uma mula. Mula Preta é um dos maiores clássicos da música sertaneja. Gravada em 1944, a canção fez tanto sucesso que foi regravada por Luíz Gonzaga.

Raul Montes Tôrres, filho de José Montes Torres e Josefa Camacho Rodrigues, imigrantes espanhóis, nasceu em 11 de julho de 1906, em Botucatu, e foi batizado em 24 de dezembro. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar “Dr. Cardoso de Almeida”, em 1915, quando residia à rua Curuzu, nº 144. Transferiu residência para a cidade de Itapetininga. Nos anos 20, com a mãe viúva e 4 irmãos, mudou-se para São Paulo. Ao completar 16 anos, tirou carta de cocheiro, passando a trabalhar no Jardim da Luz, e, durante dois anos, perambulou pelas ruas no trabalho duro, até ingressar na Estrada de Ferro Sorocabana, em 1924. Ocupou o cargo de Assistente Administrativo, trabalhando junto à Chefia da Sub-Diretoria de Operações, e aposentou-se em 1954. Casou-se com Assunção Fernandes e, em segundas núpcias, com Adelina Aurora Barreira, portuguesa de Trás-os-Montes, em 1955. Raul Torres faleceu em São Paulo, em 12 de julho de 1970, e foi sepultado do Cemitério do Araçá.

RÁDIO
Foi um dos pioneiros do rádio paulista. Em janeiro de 1927 deu sua primeira audição profissional ao microfone da Rádio Educadora, num sábado, recebendo seu primeiro “cachet”: trinta mil réis. Muito dinheiro naquele tempo! A Record foi buscá-lo a peso de muitas centenas de mil réis. Em 1932 transferiu-se para a Rádio Cruzeiro do Sul, já então de nome feito e ganhando sempre crescente popularidade como intérprete do gênero caipira. A Record fez-lhe uma tentadora proposta para tê-lo de volta a seu prefixo. Em 1938, ingressou na Record, compondo o primeiro conjunto efetivo no gênero em nosso rádio: o trio “Torres, Serrinha e Rieli”. A dupla com Florêncio só nasce realmente em 1944. Pouco depois, passaram a se dedicar mais ao rádio, mantendo na Record de São Paulo o programa “Os 3 Batutas do Sertão”, animado pelo trio de mesmo nome, constituído por Raul Torres, Florêncio e José Rieli – a partir de 1947 substituído por Emilio Rielli Filho. Este último, substituído mais tarde por Castelinho e, posteriormente, por Nininho.

INTÉRPRETE
Em entrevista, afirmou que seu gosto de cantar nasceu nos tempos em que conduzia seu coche pelas ruas paulistas e sentia necessidade de espantar um pouco o silêncio da solidão. Tinha voz macia e bem agradável. Em fins de 1930 grava para Cornélio Pires com o pseudônimo de Bico Doce. Deixou em discos mais de 400 gravações, sob os principais selos do país, como RCA Victor, Odeon e Columbia, em diversos gêneros musicais, tais como modas de viola, guarânias, toadas, valsas, sambas, marchas, jongos, cocos e emboladas. Este último exige bom fôlego do intérprete. Tamanha era a sua habilidade que é reconhecido como “Embaixador da Embolada”.

PRESTÍGIO
Seu prestígio no meio artístico fez com que firmasse boa amizade com Francisco Alves, Sylvio Caldas, Luiz Barbosa, Nonô e muitos outros, que faziam questão de até participar espontaneamente das gravações de Raul Torres. No ano de 1933, o rei da voz fez coro, ao lado de Jaime Vogeler, Moreira da Silva, Castro Barbosa e Jonjoca, para a gravação de “Sereno Cai”.

PARCEIROS EM GRAVAÇÕES
Artur Santana, o Azulão; Nair de Mesquita; Pescuma; Genesio Arruda; Ida e Irene Baldi; Lazaro e Machado; Mariano, pai do acordeonista Caçulinha; Ascendino Lisboa; Joaquim Vermelho; Jaime Vogeler; Aurora Miranda, irmã de Carmem Miranda; Nestor Amaral; João Pacífico; Nha Zefa; Serrinha, filho de sua irmã Izabel Montes Torres; Florêncio; Inhana, da dupla Cascatinha e Inhana; Rosita del Campo; Inezita Barroso e Ramoncito Gomes.

MÚSICO
"Nunca tive professor de canto ou música. Entendo mesmo que a sincera e fiel interpretação das nossas canções, sambas, cateretês, etc., só pode existir na alma espontânea dos nossos sertanejos e, para eles, quase sempre, é inacessível o estudo. Mas é só com eles que se encontra a expressão do nosso clima, das nossas belezas naturais, que, com tanta nitidez sentimental, eles sabem traduzir na simplicidade poética de seus violões e violas."

COMPOSITOR
Só em 78 rpm, Raul Torres deixou mais de 400 gravações, interpretando, entre outros, Dilermando Reis (Guaratinguetá), Adoniran Barbosa (Dona bôa), Alvarenga e Ranchinho (Sae feia), Capiba (Mentira) e Kid Pepe (Quem mandou e Que linda manhã serena). Porém, sua bagagem musical sobe a 400 composições, só ou em parcerias, como com João Pacífico, Zé Fortuna, Carreirinho, Zé Carreiro, seu sobrinho Serrinha, o conterrâneo Joaquim Vermelho (Joaquim Pedro Gonçalves), Lourival dos Santos, Palmeira, Capitão Furtado (Ariovaldo Pires), Sebastião Teixeira, Geraldo Costa, Cornélio Pires e Tinoco.
Em palavras do jornalista botucatuense Sergio Santarosa, não há cantor do gênero sertanejo que se preze que não tenha gravado Raul Torres. Rolando Boldrin e Tonico e Tinoco dedicaram discos inteiros às suas composições. Tião Carreiro assumiu publicamente seu apreço a Raul Torres e tem como título de um de seus discos, em dupla com Pardinho, uma composição do artista botucatuense: “Felicidade”. Suas composições também foram gravadas por outros artistas de renome, como: Luiz Gonzaga, Mococa e Paraíso, Duo Glacial, Irmãs Galvão, Daniel, Chitãozinho e Chororó, e em versões instrumentais com Tião Carreiro e com Renato Andrade.

BOTUCATU EM SUAS MÚSICAS
Embora não tenha encontrado referências a homenagens que autoridades botucatuenses lhe tenham prestado em vida (a primeira carta de um conterrâneo felicitando-o pelo trabalho partiu de Luiz Simonetti, em 1959, havia 32 anos de sua carreira artística), Raul Torres não deixou de citar o nome de sua terra natal em composições e gravações. Em “Quando eu Cantei no Rádio”, gravada em dupla com seu sobrinho Serrinha, menciona: “Eu vim de Botucatu viajando quase um dia inteiro para cantar em São Paulo na irradiação da Cruzeiro...”. Em outras duas composições, relançadas em CD pelo selo Revivendo, em 2004, e que chegaram aos Estados Unidos da América, Japão e alguns países do continente europeu, é possível ouvir Caninha Verde (“Falo verdade e também no cururú, Raul Torres é meu nome, eu sou de Botucatu”) e Desafio (“Eu nasci de madrugada, antes do galo cantá, eu nasci em Botucatu, a minha terra natá”). Esta última, gravada em dupla com Inezita Barroso. Raul Torres lembrava com orgulho de suas origens e sempre que podia visitava Botucatu. Numa dessas visitas, conheceu um boiadeiro e inspirou-se para compor os versos de uma das mais belas modas de viola de todos os tempos: Boiada Cuiabana (“Vou contar a minha vida do tempo que eu era moço....Eu saí do Alambari na minha besta ruana...”).

MÚSICAS EM TRILHAS SONORAS
Rôla...Rolinha – Filme “O Babão”;
Mestre Carreiro – Filme “Sertão em Festa”, com Tião Carreiro e Pardinho;
Cavalo Zaino – Novela “Cabocla”, levada ao ar pela Rede Globo de Televisão, com interpretação de Sérgio Reis;
Cabocla Tereza – Filme “Cabocla Tereza”.

FILME CABOCLA TEREZA ( 1982 )
Sumar apresenta
Cabocla Tereza
Eastmancolor
Co-produção : Mori Filmes
Direção : Sebastião Pereira
Montagem : Sylvio Renoldi
Fotografia : Eliseu Fernandes
Trilha sonora : Chantecler
Direção Musical : Aluisio Pontes
Música : João Pacífico e Raul Torres
Cantam : Francisco Tozzi, Adauto Santos e Bando de Macambira
Com : Zélia Martins, Sebastião Pereira, Carlito, Washington L. Bezerra (Tonton)
Participação especial : Jofre Soares
Ator Convidado : Chico Fumaça
Antonio Leme, J. Alves, Francisco Tozzi

SUCESSOS
Raul Torres foi compositor de inúmeros êxitos, tais como:
“CHICO MULATO” – Raul Torres e João Pacífico
(“Tapera de beira de estrada, que vive assim descoberta...”);
“CABOCLA TEREZA” – Raul Torres e João Pacífico
(“Há tempo eu fiz um ranchinho, pra minha cabocla morar...”);
“PINGO D’ÁGUA” – Raul Torres e João Pacífico
(“Eu fiz promessa pra que Deus mandasse chuva...”);
“MOURÃO DA PORTEIRA” – Raul Torres e João Pacífico
(“Lá no mourão esquerdo da porteira...”);
“BOIADA CUIABANA” – Raul Torres
(“Vou contar a minha vida do tempo que eu era moço...Eu saí de Alambari na minha besta ruana...”);
“SAUDADES DE MATÃO” – Raul Torres ( letra ), Jorge Galati e Antenógenes Silva
(“Neste mundo eu choro a dor, por uma paixão sem fim...”);
“COLCHA DE RETALHOS” – Raul Torres
(“Aquela colcha de retalhos que tu fizeste, juntando pedaço em pedaço foi costurada...”);
“CAVALO ZAINO” – Raul Torres
(“Eu tenho um cavalo zaino que na raia é corredor, já correu quinze carreira, toda as quinze ele ganhou...”)
Curiosidade: conheceu o rasqueado em viagem ao Paraguai e introduziu em terras brasileiras com a gravação desta canção;
“MODA DA MULA PRETA” – Raul Torres
(“Eu tenho uma mula preta tem sete parmo de artura...”);
“MODA DA PINGA” – Domínio Público
(“Com a marvada pinga é que eu me atrapaio...”)
Curiosidade: Inezita Barroso atesta que era de costume dos portugueses, quando uma música agradava, que as pessoas continuassem a compor seus próprios versos encaixando na melodia. “Eu fui numa festa no rio tietê, lá me deram pinga pra mim bebê, tava sem fervê”, segundo Inezita Barroso, são versos de autoria de Raul Torres.
“DO LADO QUE O VENTO VAI” – Raul Torres
(“Adeus morena eu vou do lado que o vento vai...Me fizeram judiação, é coisa que não se faz, adeus morena eu vou, adeus que eu vou pro sertão de Goiás”)

SUAS MÚSICAS ATRAVESSANDO FRONTEIRAS
MODA DA MULA PRETA – Argentina;
A CUÍCA TÁ RONCANDO – embora nem de carnaval fosse, essa composição de sua autoria faria enorme sucesso no carnaval carioca de 1935, e em Portugal.
Curiosidade: Osvaldinho da Cuíca revela que uma de suas fontes de inspiração foi o clássico "A Cuíca Tá Roncando", de Raul Torres. Gravado originalmente em 1935, pelo próprio autor, esse foi o primeiro samba paulista que obteve sucesso no resto do país. "Era um samba bem rural, bem caipira", relembra.
Lançados em 2004 pelo selo Revivendo, de Curitiba-PR, os CDs “Suspira Meu Bem”, “Tá vendo muié” e “Raul Torres e seus parceiros”, chegam aos mais diversos países, como Estados Unidos, França, Japão e Rússia.

IMPORTÂNCIA PARA A MÚSICA BRASILEIRA
Inezita Barroso, estudiosa do nosso folclore, apresentadora do programa “Viola, Minha Viola”, exibido pela TV Cultura, e que conviveu com Raul Torres, entende como contribuição maior do artista botucatuense para a música brasileira o seu elevado número de composições.
Introduziu a cuíca no disco, compôs e gravou o primeiro desafio (“Desafio número 1”, gravado com Nha Zefa), apadrinhou o primeiro 78 rpm de Cascatinha e Inhana.
Se a música sertaneja hoje encontra caminhos mais suaves para a divulgação em rádio e discos, deve-se também ao trabalho incansável de Raul Torres e ao pioneirismo de Cornélio Pires.

PRÊMIOS
Nos anos de 1954 e 1961, recebeu o Troféu “Roquete Pinto”, um dos mais importantes do rádio e TV, na categoria “Melhor Conjunto” – “Torres, Florêncio e Nininho” e “Torres, Florêncio e Castelinho”. Em 1970, a viúva viria a receber o mesmo troféu, na categoria “Preito de Saudade”.

AS HOMENAGENS PRESTADAS EM BOTUCATU E OUTRAS CIDADES
• Botucatu emprestou seu nome a uma rua do município e, em 2002, por iniciativa do vereador Luiz Carlos Rubio, o tornou patrono de escola (EMEFEI Raul Torres).
• Lançamento de Cartão Filatélico e quadro na Galeria dos Compositores Botucatuenses em homenagem ao Centenário de Raul Torres – Centro Cultural de Botucatu, julho de 2006.
• Tributo ao Centenário de Raul Torres realizado pela Prefeitura de Botucatu: shows com Pedro Bento e Zé da Estrada, Liu e Léu, Tinoco e Tinoquinho, entre outros; vídeo documentário “Toca Raul” e inauguração da estátua na praça Comendador Emilio Pedutti – novembro de 2006 a março de 2007.
• Programa “Viola, Minha Viola” – Especial ao Centenário de Raul Torres – levado ao ar pela TV Cultura nos dias 03 e 09 de junho de 2007;
• Rua Raul Montes Torres – Franca, SP;
• Rua Raul Torres – Marília e Osasco, SP.
• “A Vida de Raul Torres” – moda de viola gravada por Zé Carreiro e Carreirinho.

Resumo biográfico fornecido por Edson Carlos Nogueira
Botucatu, SP, maio de 2007.

Recolhido do site www.recantocapira.com.br

Cantor Tinoco recebe homenagens em São Paulo pelos seus 91 anos

Tinoco, um dos maiores intérpretes da música caipira de raiz, que fazia dupla com o irmão Tonico, comemorou mais um ano de vida com muita festa em Botucatu (SP).

domingo, 4 de dezembro de 2011

Sócrates Brasileiro

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira (Belém, 19 de fevereiro de 1954 –– São Paulo, 4 de dezembro de 2011), o Doutor Sócrates, Doutor, Magrão, mais conhecido como Sócrates, foi um dos melhores jogadores de futebol do Brasil e um dos maiores ídolos do Corinthians ao lado de Luisinho, Cláudio, Roberto Rivellino, Neto, Marcelinho Carioca dentre outros. Ídolo também do Botafogo Futebol Clube de Ribeirão Preto. Era irmão de Raí, outro famoso futebolista. Era também médico, além de ser articulista da revista CartaCapital e comentarista do programa Cartão Verde da TV Cultura.

Única unanimidade em uma pesquisa realizada, em 2006, pela Revista Placar para escolher o "time de todos os tempos" do Corinthians. Novamente, a única unanimidade, em uma pesquisa com especialistas, para escolher os dez maiores ídolos da história do Corinthians. Eleito em 1983 o melhor jogador sulámericano do ano. Escolhido pela FIFA em 2004 como um dos 125 melhores jogadores vivos da história e considerado por muitas pubicações especializadas, como CNN, World Soccer e Placar, como um dos grandes jogadores de todos os tempos, foi um atleta reconhecido por seu estilo elegante. Uma característa do jogador que marcou sua passagem pelo futebol foi a sua habilidade e uso inteligente do calcanhar. Mas era um jogador completo, marcava gols de falta, de cabeça e fora-da-área com frequência. Dava assistências perfeitas para seus companheiros marcarem muitos gols.

Foi revelado pelo Botafogo, clube de Ribeirão Preto, onde foi considerado um fenômeno desde o início, pois quase não treinava em função de frequentar o curso de medicina na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP). Nesse time ele foi campeão da Taça Cidade de São Paulo 1977 e artilheiro do campeonato. Também se destacou no Campeonato Brasileiro, autor de um célebre gol de calcanhar contra o Santos em plena Vila Belmiro.

Socrátes se firmaria no Corinthians em 1978, refazendo a dupla com seu ex-companheiro Geraldo Manteiga. Mas seus grandes companheiros de ataque nesse time seriam Palhinha e o amigo Casagrande. Sócrates só aceitou jogar para valer depois que se formou na faculdade de medicina. Na Seleção Brasileira estrearia em 1979.

Foi uma das estrelas de dois dos maiores esquadrões do futebol mundial: a Seleção Brasileira de Futebol da Copa do mundo de 1982 e o Corinthians da década de 80. Teve ótimas atuações, marcou dois belíssimos gols nos jogos dificílimos contra URSS e Itália, e mostrou toda sua categoria. Mas não foi o suficiente para o Brasil se sagrar campeão.

Na Copa do Mundo de 1986 estaria novamente em ação, mas já fora de forma ideal. Ficaria ainda marcado pelo penâlti desperdiçado contra a França, na decisão que desclassificou o Brasil.

Neste videos, os últimos gols de Sócrates pela Seleção Brasileira

Depois de uma rápida e decepcionante passagem pelo Fiorentina, prejudicado pelos companheiros de quem suspeitava que manipulassem resultados, Sócrates retornou ao Brasil para encerrar a carreira aonde atuaria ainda no Flamengo, no Santos e no Botafogo de Ribeirão Preto. Em 2004, atendendo a um convite de um amigo, ele participou de uma partida com a camisa do Garfoth Town, equipe da oitava divisão da Inglaterra.

Ficheiro:Socrates (futebolista) participando do movimento político Diretas Já.jpg

Fora do futebol, Sócrates sempre manteve uma ativa participação política, tanto em assuntos relacionados ao bem-estar dos jogadores quanto aos temas correntes do país. Participou da campanha Diretas Já, em 1984 e foi um dos principais idealizadores do movimento Democracia Corintiana, que reivindicava para os jogadores mais liberdade e mais influência nas decisões administrativas do clube.

Morte

Em agosto de 2011, Sócrates foi internado na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein devido a uma hemorragia digestiva alta causada por hipertensão portal. Ainda em 2011, Sócrates seria internado mais uma vez devido a uma suposta intoxicação alimentar, que acabou por se transformar em um grave quadro de choque séptico em razão de sua condição de saúde já debilitada. O jogador morreu às 4:30 da manhã de 4 de dezembro de 2011, em decorrência do choque séptico.

No dia de sua morte, o Corinthians, seu time do coração, sagrou-se pentacampeão brasileiro de futebol.

Ao Dr. Sócrates, a homenagem do Clube da Viola de Bauru; aos familiares, amigos e fãs, no profundo pesar.