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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Folclorista, Violonista e Radialista Eli Camargo.

Folclorista, Violonista e Radialista Eli Camargo.

Gente, é provável que vocês não conheçam essa gigante de Goiás e do Brasil. O mais vergonhoso é admitir que não seria uma vergonha não conhecê-la. Pois é gente pouco falada em praias não conhecedoras do seu trabalho e olha que essa nobre dama já teve discos lançados na África do Sul, Alemanha, Portugal e Itália. Ely nasceu em Goiânia e abraçou a música folclórica do nosso país com entusiasmo desbravador. Trabalho duro e pouco recompensado.

Em sua vida ergueu um dos mais monumentais trabalhos sobre nossa cultura. O que certamente marcará nossa história para sempre. Mas nunca colheu glórias pela tarefa inigualável. Granjeou na verdade a alegria sem igual e às vezes muito solitárias de ver um trabalho tão difícil cumprido e registrado com tão delicado esmero.

Tanto pela visão penetrante das expressões populares que apresenta, quanto pelo repertório irretocável e a cooperação mais que relevante de músicos excepcionais. Coisa de deixar muito "gênio" da MPB com aplausos embasbacados.

Seu pai foi o maestro e regente da Orquestra Sinfônica de Goiânia Joaquim Edison Camargo. Ainda criança cantou em coros de Igreja e atuou na Rádio Clube de Goiânia. Ex professora, formou-se farmacêutica. Em 1960, participou do Trio Guairá de Goiânia. Em 1961 e no ano seguinte, apresentou-se no programa que produzia na Rádio Brasil Central, retransmitido em Brasília pela Rádio e TV Nacional.

Em 1962, mudou-se para São Paulo e assinou seu primeiro contrato com a Rede Tupi de rádio e televisão. No mesmo ano, gravou "Caninha verde", do folclore paulista, no LP "Canções da minha terra", pela Chantecler. No mesmo ano, gravou o arrasta-pé "Santo Antônio tenha dó", de Maria do Rosário Veiga Torres, e o samba caipira "Marido pelado", de Teddy Vieira e Almayara. Em 1963, gravou a valsa "Tempos passados", de Zica Bergami, e a moda de viola "Lá na venda, lá na vendinha", de Lourdes Maia.

Em 1964, gravou o LP "Folclore do Brasil", em que interpretou cantos de trabalho nas plantações de arroz, de São João da Boa Vista, e um canto de ferreiro, de Botucatu. Como pesquisadora de folclore reuniu em suas viagens pelo Nordeste e Norte um grande acervo pessoal. Considerada uma das principais intérpretes do folclore brasileiro. Em 1967, participou com grande sucesso da Semana Cornélio Pires realizada na cidade paulista de Tietê.

Em 1968, gravou o LP "Canção da guitarra", com músicas de Marcelo Tupinambá. Ao longo da carreira gravou cerca de 15 LPs, além de compactos. Teve discos lançados na África do Sul, Alemanha, Portugal e Itália. Foi integrante do Conselho da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia. Na Rádio da Universidade Federal de Goiás apresentou os programas "Brasil de canto a canto", "Eli Camargo convida" e "Alma brasileira". Em 1978 lançou o LP "Minha terra", pela Chantecler/Alvorada no qual interpreta entre outras, "História triste de uma praieira", "Minha terra" e "Vida marvada".

O disco foi saudado com entusiasmo pelo crítico José Ramos Tinhorão em crônica pelo Jornal do Brasil. Um de seus grandes sucessos como compositora foi "O menino e o circo", gravada por Cascatinha e Inhana.

No final dos anos 1990, Ely Camargo passou a trabalhar na Secretária Municipal de Cultura de Goiânia. Seus trabalhos mais recentes são os CDs "Cantigas do Povo - Água da Fonte" (que conta com a participação especial da Banda de Pífanos de Caruaru e de um Coral regido por Sérgio Vasconcellos Corrêa), lançado em 1999 pelas "Edições Paulinas", além do CD "Lembranças de Goiás", um "disco-tributo" que Ely gravou em 2001 por ocasião do centenário de nascimento de seu pai, e o CD "Ely Camargo e Roberto Corrêa - Canções Brasileiras", lançado em 2009. Seus discos foram lançados em Portugal, África do Sul, Alemanha e Itália.

Fontes:

http://www.programaraizes.net,

www.boamusicaricardinho.com,

http://nopaudagoiaba.blogspot.com,

http://comissaogoianadefolclore.blogspot.com,

http://www.recantocaipira.com.br/ely_camargo.html

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