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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Luar do Sertão

Qual a letra original de Luar do Sertão? Até com Tonico e Tinoco existem gravações diferentes, inclusive sem a última estrofe.

Luar do Sertão com Vicente Celestino (1952)

Depois não querem que odeio o sertanejo universitário

Antônio Vicente Filipe Celestino (Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1894São Paulo, 23 de agosto de 1968) foi um dos mais importantes cantores brasileiros do século XX.

Ah que saudade
Do luar da minha terra
Lá na serra branquejando
Folhas secas pelo chão

Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão

Não há oh gente oh não
Luar como este do sertão
Não há oh gente oh não
Luar como este do sertão

A gente fria
Desta terra sem poesia
Não se importa com esta lua
Nem faz caso do luar

Enquanto a onça
Lá na verde da capoeira
Leva uma hora inteira
Vendo a lua a meditar

Não há oh gente oh não
Luar como este do sertão

Ai quem me dera
Que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra
E dormindo de uma vez

Ser enterrado numa grota pequenina
Onde à tarde a surubina
Chora a sua viuvez

Não há oh gente oh não
Luar como este do sertão
Não há oh gente oh não
Luar como este do sertão

Luar do Sertão

Tonico e Tinoco

Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão

Ó, que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
Esse luar lá na cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão

Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mas parece um sol de prata
Prateando a solidão
E a gente pega a viola que ponteia
E a canção e a lua cheia
A nos nascer do coração

Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão

Coisa mais bela neste mundo
Não existe
Do que ouvir um galo triste
No sertão se faz luar
Parece até que a alma da lua
É que diz, canta
Escondida na garganta
Desse galo a soluçar

A quem me dera
Eu morresse lá na serra
Abraçado a minha terra
E dormindo de uma vez
Ser enterrado numa grota pequenina
Chora a sua viuvez

Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão

Luar do Sertão é uma toada brasileira de grande popularidade. Seus versos simples e ingênuos elogiam a vida no sertão, especialmente o luar. Catulo da Paixão Cearense defendeu em toda a sua vida que era seu autor único, mas hoje em dia se dá crédito da melodia a João Pernambuco (1883-1947). É uma das músicas brasileiras mais gravadas de todos os tempos.

Homem simples, sequer alfabetizado, João Pernambuco, a certa altura de sua vida, queixava-se de ter sido vítima de plágio, por parte de Catulo, quanto à autoria desta modinha. Segundo Mozart Bicalho, Catulo "disse uma vez que o Luar do sertão era uma melodia nortista, mais ou menos pertencente ao domínio folclórico". O próprio Catulo, em entrevista a Joel Silveira, declarou: "Compus o Luar do Sertão ouvindo uma melodia antiga (...) cujo estribilho era assim: 'É do Maitá! É do Maitá'". O historiador Ary Vasconcelos, em Panorama da música popular brasileira na belle époque, diz que teve a oportunidade de ouvir Luperce Miranda tocar ao bandolim duas versões do É do Maitá: a original e "outra modificada por João Pernambuco", esta realmente muito parecida com Luar do sertão".

Leandro Carvalho, estudioso da obra de João Pernambuco e organizador do CD João Pernambuco - O Poeta do Violão (1997), declarou: "Por onde João andava, Catulo estava atrás, anotando tudo; foi o que aconteceu com Luar do Sertão: Catulo ouviu, mudou a letra e disse que era sua".

  • Luar do Sertão foi prefixo musical da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a partir de 1939.
  • A música foi tocada, por Pixinguinha, Donga e alguns amigos, no enterro de João Pernambuco (Rio de Janeiro. 16 de outubro de 1947)que não teve maiores homenagens.
  • A Rádio Nacional PRE-8, emissora de Rádio criada no Rio de Janeiro em 1936 a partir da compra da Rádio Philips, por 50 contos de réis, tinha como seu primeiro prefixo (a partir de 1939), a música Luar do sertão, tocado em vibrafone por Luciano Perrone.
  • Foi cantada por Marlene Dietrich em sua visita ao Brasil em 1959 ensinada fonéticamente a ela por Cauby Peixoto

Catulo da Paixão Cearense (São Luís do Maranhão, 8 de outubro de 1863Rio de Janeiro, 10 de maio de 1946) foi um poeta, músico e compositor brasileiro. A data de nascimento foi por muito tempo considerada dia 31 de janeiro de 1866, pois a data original foi modificada para que Catullo pudesse ser nomeado ao serviço público.

Filho de Amâncio José Paixão Cearense (natural do Ceará) e Maria Celestina Braga (natural do Maranhão)

Mudou-se para o Rio em 1880, aos 17 anos, com a família. Trabalhou como relojoeiro. Conheceu vários chorões da época, como Anacleto de Medeiros e Viriato Figueira da Silva, quando se iniciou na música. Integrado nos meios boêmicos da cidade, associou-se ao livreiro Pedro da Silva Quaresma, proprietário da Livraria do Povo, que passou a editar em folhetos de cordel o repertório de modismos da época.

Catulo da Paixão Cearense passou a organizar coletâneas, entre elas O cantor fluminense e O cancioneiro popular, além de obras próprias. Vivia despreocupado, pois era boêmio, e morreu na pobreza.

Em algumas composições teve a colaboração de alguns parceiros: Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Francisco Braga e outros. Como interprete, o maior tenor do Brasil, Vicente Celestino .

Suas mais famosas composições são Luar do Sertão (em parceria com João Pernambuco), de 1914, que na opinião de Pedro Lessa é o hino nacional do sertanejo brasileiro, e a letra para Flor amorosa, que havia sido composta por Joaquim Calado em 1867. Também é o responsável pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade carioca e pela reforma da ´modinha´.

Fonte:http://pt.wikipedia.org

PÉROLAS DO BRASIL

Catulo da Paixão Cearense

Catulo da Paixão Cearense (1863-1946),poeta e compositor popular brasileiro, nascido em São Luís, Maranhão. Ficou famoso no início do século XX pelos versos que compôs para as músicas mais conhecidas da época. Entre elas, Ondas (para Gaúcho, de Chiquinha Gonzaga), Sertaneja (para Nenê, de Ernesto Nazareth), Flor amorosa (sobre polca de Joaquim Calado), Cabocla de Caxangá e Luar do Sertão (sobre temas nordestinos de João Pernambuco). O grande sucesso desta última, que registrou em seu nome, causou uma das maiores polêmicas sobre direitos autorais no Brasil. Bem falante e com uma agradável voz de barítono, Catulo encantava os salões da sociedade carioca, cantando as modinhas com seus versos.

Improvisador, recitador de poemas, violonista e cantor, Catulo da Paixão Cearense foi o maior divulgador do sertão brasileiro. Coelho Neto comparou-o a Mistral, o grande poeta provençal francês; Mário de Andrade definiu-o como "o maior criador de imagens da poesia brasileira". Suas composições mais famosas são: Luar do sertão, Talento e formosura, Cabocla do Caxangá e os poemas O marrueiro e O cangaceiro.

Cristiana Isidoro/CONTEXTO

*Fonte : Enciclopédia Encarta 2000 - Microsoft

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João Pernambuco por volta de 1926

http://www.joaopernambuco.com/05/05_1.html

João Teixeira Guimarães ou João Pernambuco (Jatobá, atual Petrolândia, 2 de novembro de 1883Rio de Janeiro, 16 de outubro de 1947) foi um músico compositor e violonista brasileiro.

Filho de índia caeté e de português, com o falecimento do pai em 1891 a mãe casou-se novamente, transferindo-se com a família para o Recife. Começou a tocar viola na infância, por influência dos cantadores e violeiros locais.

Aprendeu a tocar violão com cantadores sertanejos como Bem-te-vi, Mandapolão, Manuel Cabeceira, o cego Sinfrônio, Fabião das Queimadas e Cirino Guajurema.

Em 1902 mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a residir com sua irmã e empregando-se numa fundição. Seis anos depois passou a trabalhar como servente na prefeitura do Rio, mudando-se para uma pensão no centro da cidade. No Rio travou contato com violonistas populares, ao mesmo tempo em que trabalhava como ferreiro, em jornadas de até dezesseis horas diárias. Para os seus amigos e admiradores, em número sempre crescente, contava e cantava coisas de sua terra, daí o apelido de João Pernambuco.

Biografia completahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Pernambuco

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